Bem sei que este blog se foca em beleza e lifestyle mas não podia deixar passar este acontecimento ao lado.
Desde miúda que acompanho a Eurovisão, fazia tabelas numa folha A4
com a minha irmã e a minha mãe onde colocava cada país e classificava as
músicas todas. Digna de uma júri, acreditem! Fazia aquilo com muito afinco,
comparava mesmo as músicas entre si “não, a outra tinha um refão mais bonito,
por isso merece mais um ponto que esta”, seja lá o que for o tal critério de “bonito”.
Dentro da minha ampla cultura musical que incluía pouco mais do que Backstreet Boys,
Blue, Mickael Jackson e as bandas sonoras dos desenhos animados do canal Panda,
levava a minha tarefa bem a sério. Com a minha folha de pontuações, todos os
anos me sentei á mesa para ver a final da Eurovisão mas nunca vi Portugal
ganhar. Este ano, não tive comigo uma folha de pontuações, substitui-a pelo meu
telemovel e insta stories para documentar os meus favoritos da Eurovisão.Verdade
seja dita, não precisei da minha folha de pontuações porque soube desde o
início qual era a minha música favorita: “Amar pelos dois”. Isto nada tem de
patriotismo. Eu gostei mesmo da música no Festival da Canção, pela letra (da
Luísa Sobral), a mensagem, a melodia e a estranheza (awckwardness) do Salvador
Sobral.
Penso que o mundo digital concordou comigo na sua grande parte. A atuação do Salvador ficou em trending no youtube durante semanas, e sempre que saía um vídeo novo, voltava a entrar no top. Eram comentários de apoio vindos de todas as partes do mundo, covers da música a multiplicarem-se freneticamente no youtube, montes de gostos e visualizações. Infelizmente, no offline, a reacção era outra.
Penso que o mundo digital concordou comigo na sua grande parte. A atuação do Salvador ficou em trending no youtube durante semanas, e sempre que saía um vídeo novo, voltava a entrar no top. Eram comentários de apoio vindos de todas as partes do mundo, covers da música a multiplicarem-se freneticamente no youtube, montes de gostos e visualizações. Infelizmente, no offline, a reacção era outra.
Falava-se nos tiques, no cabelo, na barriga do Salvador. Então e a
música? Essa ficava em segundo plano após comentários acerca da indumentária do
intérprete. Na entrevista que a Notícias ao Minuto fez ao Paulo de Carvalho, ele
disse e muito bem “Passamos a dizer bem de nós quando vencemos. Mas antes
dissemos mal.”
Que conste a que quem primeiro goza a estranheza, estilo e
personalidade de um artista, que não fica bem aplaudir os sucessos dele depois.
Gosto muito de ver um país em festa, principalmente sobre algo que não é só bola
e papa mobile! Mas este país não
acreditou no Salvador até o Salvador ganhar o que ganhou. Sabem... o Salvador
já tinha ganho, música já ele a fazia, música com conteúdo. Ele já tinha valor
antes da Eurovisão, só que o país onde ele nasceu apenas o reconhece quando o
reconhecem lá fora.
Independentemente desta mentalidade portuguesinha, que bom este
momento na Eurovisão! Cheio de imagens caricatas – e aquele homem que subiu ao palco de rabo ao
léu, hã?
Resta-me dizer obrigada ao Salvador e á Luísa Sobral por deixarem a minha família, e tantas outras, tão felizes. Acreditem ou não, este foi um dos momentos em que mais orgulho me deu ser portuguesa.
Resta-me dizer obrigada ao Salvador e á Luísa Sobral por deixarem a minha família, e tantas outras, tão felizes. Acreditem ou não, este foi um dos momentos em que mais orgulho me deu ser portuguesa.
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